quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Onde está minha fé e o que ela me dava?

"Nuvens negras. Insistimos. Sobrevivemos" (CFA)

Pensei em muitos meios de expressar o que sinto e, um deles, foi escrever aqui no blog e esperar vir de todos os que me seguem alguma palavra de apoio, algum incentivo.

Pra quem acha que a vida aqui é só mil maravilhas, está enganado.
Talvez esse seja um motivo pelo qual eu decidi expor o que estou sentindo.

Passei essa última semana chorando. Chorando de verdade.
Estava no meu rosto o meu cansaço, o meu desanimo, a minha tristeza. Tanto que a minha professora de Álgebra lineal chegou a comentar algo comigo.

Estar longe de casa, longe dos meus amigos, faz as coisas ficarem um pouco maior.
sou sensível- meu maior defeito, talvez- sensível demais e, às vezes, chego a pensar se vou aguentar tudo isso.
Estou nas primeiras semanas da Universidade e já estou exausta de lutar, de buscar.

As coisas aqui são bem diferentes do Brasil. Não é ruim, mas custa adaptar-se.
custa porque não é chegar na sala de aula e ter um amigo pra reclamar de um professor, pra dizer: - Nossa, estou mal por tal coisa.
Custa porque você tem uma casa pra cuidar, tem saudades apertando.
Custa porque quando você chega em casa nota que não tem nem seus irmãos e nem seus pais alli, te esperando, querendo saber da faculdade.

Essa semana chorei.
A gente pensa em desistir, pensa em voltar atrás, pensa em como seria se eu não tivesse aceitado a bolsa pra estudar em outro país. A gente pensa no quanto os 8000km doem, o quanto os meses que ainda faltam doem, o quanto é difícil.
Essa semana, mais do que as outras, eu quis meus amigos por perto, quis o brigadeiro do meu irmão, a comida da minha mãe, o cheiro do cobertor do meu pai e as piadas da minha irmã.
Quis o colo da minha melhor, quis as risadas de um grupo de 6 meninas, quis minha avó me ligando, quis uma prima gorda de 4 anos.
Quis a minha vaga de faculdade no Brasil, quis minha casa de volta.
Quis minha cama, minha sala, minha televisão.
Eu quis sumir.

Enfim, respirei.
olhei pro lado.
A frase que eu sempre disse pras minhas amigas me veio: "Desistir não está em meu vocabulário".
E Estou lutando.
Correndo atrás dos tempos e da diferença de conteudo que tem nas faculdades daqui e das do Brasil. Estou correndo atrás de um sonho.
Mais do que isso, estou lutando pelas pessoas que citei aqui.

A minha fé, o meu desejo, o meu "Brasil de Salamanca" são os meus combustíveis. Nada é fácil.
Ninguém disse que seria fácil, mas ninguém me disse que seria tão difícil.

Penso em quantas pessoas queriam estar no meu lugar e isso me encoraja! Tenho que fazer bem feito por elas! Tenho que vencer, tenho que passar as nuvens negras!
Insistir, sobreviver!

O título do post vem de uma música (Mais além - Rosa de Saron), mas, na verdade, é o refrão que eu colocarei em ênfase:

Eu vou voar pra muito mais além
Do que eu consigo acreditar, do que posso perceber
Vou voar, pra muito mais além
Do que eu consigo enxergar, do que eu posso entender
Vou voar pra muito mais além
Porque preciso encontrar a paz que existe atrás do Seu olhar



O medo me tomou sem pedir licença.
Lo siento, medo, mas tenho que te superar!
Afinal, não precisa ter medo de perder quando for Deus quem estiver lutando com você.

Vou seguir, pessoal, seguir com a Universidade, seguir com a saudade, porém seguir com a luta.

A vitória vem disso.
Aprendi bem essa lição, apesar de nova, aprendi que a vitória só vai surgir da perseverança.
Estou aqui,


A vida é tão curta e eu não via assim
Prefiro me arriscar do nunca me encontrar



(...)

Um comentário:

  1. Thais, fiquei mexido com seu post,
    não consigo imaginar o quanto seja difícil essa etapa longe de tanta coisa, mas tenha certeza que
    você vai superar e, além de ter a companhia de Deus que simplesmente supera qualquer outra, acredito que você sabe bem que o esforço de agora, por mais que doa um poquinho, trará grandes recompensas amanhã.

    Sucesso, parabéns!!

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Viva comigo esse momento ;)